terça-feira, 9 de novembro de 2010

Ministro diz que novo Enem para prejudicados não fere igualdade entre concorrentes

DE SÃO PAULO

O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou na manhã desta terça-feira que a aplicação de uma nova prova do Enem para os candidatos prejudicados por problemas encontrados no exame do último fim de semana não vai prejudicar a condição de igualdade entre os concorrentes.

A afirmação do ministro foi feita durante entrevista no programa "Bom Dia Brasil", da TV Globo. Na ocasião, o ministro afirmou que irá mostrar à Justiça que a tecnologia educacional permite fazer uma nova prova para cerca de 2.000 pessoas sem prejudicar a isonomia. Ele ainda afirmou que as questões teriam o mesmo grau de dificuldade e citou exames que usam a metodologia.

Haddad ainda afirmou ter certeza de que a juíza federal Karla de Almeida Miranda Maia, da 7ª Vara Federal do Ceará, que determinou ontem a suspensão do Enem, vai voltar atrás de sua decisão. Apesar disso, ele acrescentou que caso contrário o ministério vai recorrer da decisão.

Já ao ser questionado sobre os problemas na elaboração de algumas questões do Enem 2010, como erro de digitação e casos em que mais uma alternativa estava correta, o ministro disse que existe uma taxa de tolerância para esse tipo de problema e destacou que diversos vestibulares têm casos de anulação de questões devido ao problema.

PROBLEMAS

No sábado (6), primeiro dia de prova, parte dos exemplares saiu com folhas repetidas ou erradas. Nesses casos, os alunos não receberam todas as questões. Já no cabeçalho da folha de respostas recebida por todos os alunos, o espaço para o gabarito das questões de ciências da natureza estava incorretamente identificado como ciências humanas.

Ontem, o presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), Joaquim José Soares Neto afirmou que o problema nas provas amarelas ainda está sendo dimensionado. Ao todo, as provas são divididas em quatro cores. Uma estimativa preliminar e extraoficial é que cerca 2.000 estudantes tenham feito a prova incompleta.

A suspensão do Enem já havia sido defendida pela seção paulista da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e pela Defensoria Pública da União.

Na noite de sábado (6), Soares Neto repetiu em diversas ocasiões de uma entrevista coletiva concedida em Brasília que não havia possibilidade de o exame ser anulado.

Ao todo, o Enem teve 4,6 milhões de inscrições neste ano. Porém, a abstenção foi de 27% no sábado e fechou o domingo em 29% --cerca de 3,3 milhões compareceram em 1.698 cidades do país.

No ano passado, quando a prova vazou e foi adiada, a abstenção ficou próxima dos 40%.

A previsão do MEC (Ministério da Educação) é que os inscritos no exame concorressem a 83 mil vagas em 83 instituições federais de ensino, por meio do Sisu (sistema que destina vagas em instituições federais apenas com base na nota do Enem).

Fonte: Folha de SP

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