sexta-feira, 27 de maio de 2011

Confira vídeos que estavam em fase de análise para o 'kit anti-homofobia'

A presidente Dilma Rousseff determinou a suspensão da produção e distribuição do "kit anti-homofobia" em planejamento no Ministério da Educação, e definiu que todo material do governo que se refira a "costumes" passe por uma consulta aos setores interessados da sociedade antes de serem publicados ou divulgados.

Segundo o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral), Dilma considerou o material do MEC "inadequado" e o vídeo "impróprio para seu objetivo".

Confira abaixo alguns dos vídeos que estavam em fase de análise pelo MEC, para possível inserção no "kit anti-homofobia":

Fonte: Folha de SP

Dilma pediu para refazer kits por achar que não combatiam homofobia, diz Haddad

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro da Educação, Fernando Haddad, explicou hoje (26) que os kits de combate à homofobia que seriam distribuídos às escolas públicas de ensino médio deverão ser refeitos porque a presidenta Dilma Rousseff não gostou do seu conteúdo. Eles serão submetidos à comissão de publicações do Ministério da Educação (MEC) para que seja produzida uma nota técnica apontando quais mudanças deverão ser feitas.

“A presidenta entendeu que esse material, na opinião dela, não combate a homofobia. Ela entende que ele não foi desenhado de maneira apropriada para promover aquilo que ele pretende que é o combate à violência, a humilhação e a evasão desse público da escola”, afirmou o ministro.

Segundo Haddad, a presidenta determinou que seja criada uma comissão de avaliação na Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República para avaliar qualquer material que seja produzido por ministérios “que dialoguem com questões relativas a costumes”.

Ontem (25) o governo anunciou a suspensão da produção e distribuição de um kit com vídeos e cartilhas que seriam entregues a escolas públicas de ensino médio com o objetivo de combater práticas homofóbicas. Haddad afirmou, entretanto, que a presidenta não soube precisar se o vídeo que ela assistiu fazia parte do material destinado às escolas. O ministro reclamou que outros filmetes sobre a temática estavam circulando no Congresso Nacional como se fossem do MEC, quando, na verdade, eram peças do Ministério da Saúde para o público adulto.

“Houve muita confusão a respeito. Quando uma discussão deixa de ser técnica e passa a ser política você tem muita dificuldade de organizar um debate racional sobre o assunto. Em um contexto em que as pessoas deixaram de lado a racionalidade e passaram a colocar a política em primeiro lugar é muito difícil fazer uma avaliação. Por isso que a presidenta, com razão, mandou suspender porque o cenário é muito impróprio para o debate”, explicou o ministro.

Haddad ressaltou, entretanto, que o material ainda será avaliado pela comissão de publicação do MEC, como estava previsto, para que sejam cumpridas as etapas formais do convênio firmado com as entidades que produziram o kit. A comissão deverá elaborar uma nota técnica apontando quais pontos precisam ser alterados. Se um novo kit for elaborado, terá que passar pela avaliação da comissão da Presidência da República.

“Além de passar pelos comitês de publicação dos ministérios, quando forem aprovados, esses materiais devem passar também por um comitê que será constituído na Secom porque são temas delicados que envolvem valores”, disse.

O ministro também reclamou de afirmações feitas por parlamentares da bancada religiosa de que ele teria descumprido acordos firmados com deputados e senadores que queriam contribuir com a elaboração do kit.

"Ontem foi dito com todas as letras por parlamentares que eu tinha faltado com a verdade porque os vídeos e as cartilhas já estariam nas escolas. Aí é muito difícil construir o entendimento. Tenho conversado com os que são da educação e mais próximos da bancada evangélica e católica para que a verdade chegue a eles, de quais foram os movimentos do MEC", disse.

Edição: Lílian Beraldo

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Nordeste tem 19,1% de analfabetos entre população com mais de 15 anos

A média nacional é de 9,6%. O abandono escolar chega a 15% nas séries finais do ensino fundamental. Entre os dez estados de todo o país onde os professores ganham menos, sete são da região.


Esta quarta-feira (18) é o terceiro dia de visitas do JN no Ar a escolas públicas dentro da blitz da educação. O destino foi a Região Nordeste. A repórter Beatriz Castro apresenta alguns dados e informações sobre a região, que tem mais de 53 milhões de habitantes.

Em todo o Nordeste mais de 9,5 milhões de crianças estão matriculadas no ensino fundamental em cerca de 66 mil escolas. São 424 mil professores com um problema em comum: “O professor no Brasil ganha mal e, particularmente no Nordeste, ganha mal”, contou Luciana Marques, do Departamento de Educação da UFPE.

Entre os dez estados de todo o país onde os professores ganham menos, sete são do Nordeste. Os professores de Pernambuco têm o pior salário: R$ 1.219, bem menos que a média nacional que é de R$ 1.745.

“A sociedade brasileira não prioriza a educação. A partir do momento em que não é prioridade número 1 do governante, seja o governador ou o prefeito, ele não prioriza a profissão, em termos de um salário adequado, em termos de uma carreira promissora. E, com isso, o Brasil vem perdendo pontos do ponto de vista do seu desenvolvimento educacional”, declarou o conselheiro do Todos pela Educação Mozart Ramos.

Os professores podem ter a mesma formação e a carga horária idêntica, mas os salários são diferentes de estado para estado, de cidade para cidade e dentro do mesmo município. Em escolas vizinhas, os salários variam se forem pagos pela prefeitura ou pelo governo estadual.

A lei estabelece um piso de R$ 1.187 para todos os professores da educação básica com jornada de 40 horas semanais, sem contar os benefícios.

“O piso é uma perspectiva de melhoria salarial”, disse Luciana Marques.

“É preciso estruturar o salário inicial com a carreira, motivação, trazer a motivação para dentro da escola e assim a gente vai começar a fazer a mudança nesse jogo”, destacou o conselheiro do Todos pela Educação.

Quem sabe mais motivado o professor possa transformar dois dados preocupantes: na população com mais de 15 anos, a taxa de analfabetismo no Nordeste é de 19,1%, quase o dobro da média nacional, que é de 9,6%, e o abandono escolar que chega a 15% nas séries finais do ensino fundamental.

Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/05/nordeste-tem-191-de-analfabetos-entre-populacao-com-mais-de-15-anos.html

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Ministério da Educação confirma Enem nos dias 22 e 23 de outubro

Haverá outra prova em maio de 2012, mas a data ainda não foi divulgada.
Em 2010, mais de 4 milhões se inscreveram para participar do exame.

Do G1, em Brasília


O Ministério da Educação (MEC) confirmou na noite desta terça-feira (17) que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011 será realizado nos dias 22 e 23 de outubro.

Haverá outra prova em maio de 2012, mas a data deve ser divulgada pelo ministério na manhã desta quarta (18).

Com uma prova marcada para o primeiro semestre de 2012, confirma-se a intenção do MEC em aplicar duas edições do Enem por ano.

Em recente entrevista ao G1, o ministro Fernando Haddad disse que a realização de duas edições "dependeria de muita gente", como os organizadores, gráficas e esquema de segurança envolvidos, e que o processo seria aperfeiçoado para evitar problemas em edições passadas, como o vazamento de provas em 2009 e os erros de impressão em um lote de provas em 2010. "Eu, sinceramente, acho que o processo de 2010 foi muito melhor que o de 2009. Então, eu entendo que o de 2011 será melhor que o de 2010", disse o ministro.

O MEC deu início em 2009 a um projeto de substituição dos vestibulares tradicionais pelo Enem. A partir do resultado da prova, os alunos se inscrevem no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e podem pleitear vagas em instituições públicas de ensino superior de todo o país. No ano passado, foram ofertadas 83 mil vagas em 83 instituições, sendo 39 universidades federais.

Em 2010, mais de 4 milhões de candidatos se inscreveram para participar do exame. A participação no Enem também é pré-requisito para os estudantes interessados em uma bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni). No total, 59 instituições utilizaram o Enem integral ou parcialmente como forma de acesso dos candidatos no ingresso à universidade.

Fonte: Globo.com

sábado, 14 de maio de 2011

Facebook lança guia para ajudar professores a usar mídia social

Logo Terra

Rio - O Facebook lançou nesta semana um guia que pretende ajudar os professores do mundo todo a entender e aproveitar a mídia social na sala de aula. Chamado de Facebook para Educadores, o material é gratuito e pode ser acessado no endereço http://facebookforeducators.org/.

O guia foi escrito pela especialista em educação Linda Fogg Phillips, pelo mestre Derek Baird e pelo doutor BJ Fogg. Segundo Phillips, "os professores estão reconhecendo que precisam ter um melhor entendimento sobre o Facebook e utilizá-lo de forma positiva e produtiva para apoiar a educação dos alunos do século 21".

A especialista afirma que o Facebook influencia todos os aspectos da sociedade e está mudando a maneira de se comunicar e interagir.

- Os professores precisam conhecer e entender essa tecnologia para que sejam capazes de atender às necessidades educacionais dos alunos de hoje. Também precisam saber ensinar e estimular seus alunos a serem bons 'cidadãos digitais' - diz.

Segundo Phillips, os educadores podem utilizar a mídia social como forma de aprendizado em sala de aula. - Os professores que entendem que uma das ferramentas mais poderosas para o ensino é também um meio que promove o entusiasmo pelo aprendizado, têm grande capacidade de engajar seus alunos em uma experiência de aprendizado ativa. Alguns professores estão usando o Facebook como uma ferramenta para apoiar discussões em classe, ampliar a conscientização de eventos e causas, estimular a colaboração entre os alunos e encorajar o aprendizado além da sala de aula - afirma.

Ela afirma ainda que a ferramenta para os professores foi desenvolvida para oferecer informações atualizadas sobre o Facebook, além de conteúdo sobre como utilizar a mídia como uma ferramenta de suporte para a educação.

- Os professores encontrarão tutoriais fáceis de entender, informações mais detalhadas, dicas e ideias criativas sobre o uso do Facebook na educação - completa.

Por enquanto o material está disponível apenas em inglês, mas, segundo o Facebook, em breve será traduzido para outros idiomas.

Fonte: http://odia.terra.com.br/portal/educacao/

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sobre Educação e Paulo Freire

Em tempos onde na educação a palavra corrente é “pós” (pós-moderno, pós-estruturalista, pós-pós) e onde defender uma teoria dita da modernidade é quase um pecado, falar de Paulo Freire parece no mínimo démodé. Entretanto, em minha viagens recentes devo admitir que me senti um tanto embaraçado por não conhecer sua obra mais a fundo. Ouvi muito mais referências ao trabalho dele do que ao de Foucault ou Deleuze, e como pesquisador brasileiro trabalhando na área de educação, sentia uma lacuna em conhecer o trabalho dele apenas pela obra de terceiros.

Para estudar Paulo Freire optei por uma abordagem cronológica, lendo as suas obras ditas mais relevantes por ordem de publicação. Comecei por Educação como Prática de Liberdade e em seguida fui para Pedagogia do Oprimido. Devo confessar que foi uma leitura intelectualmente excitante e prazerosa, e não me admira que ele seja apontado como um dos maiores pensadores da educação do século XX, ao lado de nomes como Piaget, Dewey e Montessori.

Entre os vários trechos que achei brilhantes, transcrevo dois trechos abaixo, os quais julgo ter a ver com dúvidas que eventualmente retornam ao imaginário lecniano. Devo admitir que ele expressa um sentimento meu em relação a algumas experiências que tive na educação.

Quase sempre, ao se criticar êsse gôsto da palavra ôca, da verbosidade, em nossa educação, se diz dela que seu pecado é ser “teórica”. Identifica-se assim, absurdamente, teoria como verbalismo. De teoria, na verdade, precisamos nós. De teoria que implica numa inserção na realidade, num contato analítico com o existente, para comprová-lo, para vivê-lo e vivê-lo plenamente, pràticamente. Nesse sentido é que teorizar é contemplar. Não no sentido destorcido que lhe damos, de oposição à realidade. De abstração. Nossa educação não é teórica porque lhe falta êsse gôsto da comprovação, da invenção, da pesquisa. Ela é verbosa. Palavresca. É “sonora”. É “assistencializadora”. Não comunica. Faz comunicados, coisas diferentes. (Educação como prática de Liberdade, pág. 93)

A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate. A análise da realidade. Não pode fugir a discussão criadora, sob pena de ser uma farsa. Como aprender a discutir e a debater com uma educação que impõe? (Educação como prática de Liberdade, pág. 93)

Não vou fazer análises pois acho que as palavras de Paulo Freire valem por sí mesmas. Meu objetivo era só compartilhar meu entusiamos incontido por essa leitura.

Fonte: http://www.jbittencourt.com/2008/04/08/sobre-educacao-e-paulo-freire/

quarta-feira, 23 de março de 2011

Professores terão bolsas de mestrado a distância

O ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou nesta segunda-feira, 21, a concessão de bolsas de mestrado profissional a distância para professores da educação básica que lecionam em escolas públicas. O anúncio foi feito em cerimônia no Palácio do Planalto, onde a presidente da República, Dilma Rousseff, condecorou 11 educadoras com a medalha da Ordem Nacional do Mérito.

Concedidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), no âmbito da Universidade Aberta do Brasil (UAB), as bolsas exigem dos docentes, como contrapartida, o compromisso de continuar em exercício na rede pública por um período de cinco anos após a conclusão do mestrado. A medida, que será formalizada por meio de portaria do Ministério da Educação, a ser publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira, 22, faz parte de um conjunto de ações para elevar a qualidade da educação básica, definida pelo MEC como “área excepcionalmente priorizada”.

Segundo o ministro, a intenção é que as universidades reajam à provocação feita pelo MEC e ofereçam mais cursos. “Queremos garantir o prosseguimento do estudo do professor, agora com mais que uma especialização – com um mestrado”, explicou o ministro. Os docentes poderão acumular a bolsa com seus salários.

A cada mês de março, o benefício será liberado e terá vigência máxima de 24 meses. Existe, também, a possibilidade de concessão de bolsas para mestrados presenciais, desde que em cursos aprovados pela Capes e consideradas algumas situações de interesse específico do Estado.

O não cumprimento do compromisso de cinco anos de exercício em escola pública, após o curso de mestrado a distância, implicará a devolução dos recursos. As próprias instituições de ensino vão estabelecer seus critérios de seleção. “Nada impede, entretanto, que sejam reservadas vagas para professores que já estejam em exercício”, argumentou Haddad.

Pacote – Além das bolsas, outras iniciativas se destacam quando o assunto é a qualificação de professores da educação básica: a Universidade Aberta do Brasil (UAB) e a expansão das universidades e dos institutos federais. Estes últimos têm, inclusive, uma reserva de vagas para ser suprida em cursos de licenciatura em matemática, física, química e biologia. A preocupação em formar professores nessas áreas também é destacada na portaria que será publicada nesta terça.

Como principal meta de qualidade, o Brasil deve atingir a nota 6 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) até 2021. No ano de sua última aferição, em 2009, a média brasileira era de 4,6, numa escala que vai de zero a dez.

Fonte: portal.mec.gov.br

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

SP reprova professores que tiveram depressão

Apesar de terem passado em concurso no Estado, eles trabalharão como temporários

Mariana Mandelli - O Estado de S.Paulo

Professores aprovados no último concurso para a rede estadual de São Paulo estão impedidos de assumir seus cargos por terem tirado, em algum momento de suas carreiras, licenças médicas por motivo de depressão. Por essa razão, devem continuar com contratos temporários. Especialistas afirmam que a decisão é preconceituosa.


Decisão contestada. O professor Jair Berce tirou licenças em 2003 e 2004 e, por causa disso, foi reprovado na perícia médica
O Estado conversou com dois professores que passaram por todo o processo do concurso que selecionou docentes para atuar no ciclo 2 do ensino fundamental. O concurso tem diversas etapas: prova inicial, curso de preparação (que dura cerca de quatro meses), prova pós-curso e diversos exames de perícia médica - fase na qual foram "reprovados". Docentes míopes e obesos também foram impedidos de assumir seus cargos nessa mesma seleção.

Jair Berce, de 36 anos, que leciona na rede pública desde 1994 com contrato temporário, é um dos barrados. Ele conta que, na primeira perícia, foi considerado apto. Seu nome foi publicado no Diário Oficial em 8 de janeiro, na lista dos professores nomeados. No entanto, no dia 26, Berce foi convocado para uma nova perícia. O psiquiatra questionou as licenças médicas que ele havia tirado em 2003 (cinco dias afastado) e em 2004 (duas vezes: dez dias e depois duas semanas).

"Eu nem lembrava mais disso, foi há tanto tempo. Tomei fluoxetina (um tipo de antidepressivo) por seis meses. Hoje não tomo mais, estou muito bem. Foi um período difícil na minha vida: minha mãe tinha morrido, minha irmã tinha sofrido um acidente e eu estava terminando minha tese", lembra. Berce é formado em Ciências Sociais pela USP e tem mestrado em Antropologia pela PUC-SP. Ele também leciona na rede municipal de Barueri.

Nessa mesma perícia, Berce passou pelo teste de Rorschach - que consiste em interpretar dez pranchas com imagens formadas por manchas simétricas de tinta. "Depois que soube da reprovação, pedi para ver o prontuário. Nele, havia a seguinte anotação: "visto avaliação psicológica F-32 - sugiro temerário o ingresso" e "não apto"", conta. F-32 é o código da Classificação Internacional das Doenças (CID) para depressão.

O professor C.Z., de 34 anos, que, assim como Berce, leciona Sociologia, atua na rede estadual há dez anos e foi vetado no concurso pelo mesmo motivo. No ano passado, ele terminou um casamento de cinco anos e precisou se afastar do trabalho. "Foi um período difícil, que me consumiu muito e fui orientado a procurar um psiquiatra para tirar uma licença", lembra ele.

Z. ficou um mês fora da sala de aula. "Eu nunca havia tirado licença do trabalho. E nunca tomei remédio", afirma. Segundo ele, na perícia do concurso, o médico marcou "não apto". "Eu vi quando ele escreveu e perguntei o porquê. Ele disse que era por causa da licença. Tentei argumentar e explicar os motivos, mas ele não quis me ouvir."

Os dois professores continuam dando aulas como temporários. "É contraditório: como posso continuar trabalhando se eles me vetaram?", questiona o professor Berce.

Ambos recorreram da decisão e foram convocados para novas perícias, que devem ocorrer nesta semana (mais informações nesta página).

Discriminação. A psiquiatra da Unifesp Mara Fernandes Maranhão afirma que vetar um docente pelo fato de ele ter tido depressão é preconceito. "Toda pessoa está sujeita a passar por situações difíceis", explica. "Aquelas que têm propensão ou componente genético desenvolvem processos depressivos."

Segundo Mara, são poucos os quadros realmente curáveis, já que há grande chance de recorrência. "Mas a doença é tratável e, com acompanhamento, o paciente pode voltar a trabalhar normalmente. Não existe razão para rejeitá-lo."

Eli Alves da Silva, presidente da Comissão de Direito Trabalhista da OAB-SP, concorda. "Essa pessoas estão sendo discriminadas pelo próprio Estado, que é quem deveria combater esse tipo de coisa."

Para o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), o governo deve "propor acompanhamento a todos os casos de professores com problemas de saúde e não alijá-los do trabalho". A entidade ressalta que seu departamento jurídico tem ingressado com ações na Justiça para garantir aos professores nessa situação o direito de lecionar.

Fonte: Jornal O Estado de SP (24.02.2011)

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

ESTUDANTE QUE PASSOU EM 9 VESTIBULARES DE MEDICINA DÁ DICAS

A estudante Marcela, de 16 anos, passou em nove vestibulares para medicina, incluindo a USP. Foto: Divulgação/Objetivo/Divulgação

Marcela Santos, que passou em nove vestibulares para medicina aos 16 anos, diz que aplicação e atenção são a chave
Foto: Divulgação/Objetivo/Divulgação

CARTOLA - AGÊNCIA DE CONTEÚDO
Especial para o Terra

Passar em Medicina é muito difícil, mas conseguir essa façanha aos 16 e fazê-la nove vezes pode até parecer impossível. Não para Marcela Santos, 16 anos, que quer ser médica e pôde escolher entre nove universidades diferentes para começar a carreira.

A estudante foi aprovada na USP, na Unicamp, na Unesp, na Unifesp, na UFRJ, na UFCG, na Puccamp, na Puc-PR e na Unimes. Marcela chegou a fazer provas em estados diferentes - tentou até a UFSM, no interior do Rio Grande do Sul.

"Realmente não achei q fosse passar em nenhuma", afirma a humilde vestibulanda.

Agora já matriculada na USP, a estudante conta que, apesar de ter pulado a série anterior à 1ª do ensino fundamental, em que entrou com seis anos, não era a melhor da turma nem a mais aplicada.

"Eu estudava mais de véspera", lembra Marcela, que afirma que gastava boa parte do tempo livre com atividades extra-curriculares, como balé.

Porém, no último ano antes do vestibular, a rotina de Marcela mudou. A aluna passava todas as tardes no colégio, estudando e tirando dúvidas. Até maio, o tempo livre era usado apenas para dormir e comer, mas não estava dando certo.

"Eu estava muito cansada, não comia direito nem dormia. Aí, diminuí as horas de estudo", recorda.

Com um foco mais equilibrado, o sucesso foi certeiro. Confira abaixo os conselhos da paulista para fazer bonito nos vestibulares:

- Preste muita atenção nas aulas. "Me dediquei a fazer mais isso, a me focar mais nas minhas dúvidas", diz Marcela.

- Saia, socialize. Faça programas leves e curtos, como jantar com os amigos.

- Faça o máximo de simulados possível. Marcela fez, por exemplo, o da Fuvest e o do Enem.

- Treine o seu tempo e a sua resistência física. Isso pode fazer muita diferença na hora da prova.

- Tente aprender com as provas antigas que fez, entender por que errou. "Essas questões podem cair em outros vestibulares", diz.

- Procure fazer muitas redações. Uma por semana, se possível. "Claro que tinha semanas que não dava, mas eu tentava manter o ritmo." Ler os editoriais dos jornais de grande circulação ajuda para argumentar nos textos. Fazer resumos desses editoriais também é uma maneira de fixá-los.

- Esteja por dentro do que acontece no país e no mundo. "Eu lia bastante jornal, pelo menos o caderno principal, e assistia ao noticiário à noite", recorda. Atividades como essa fizeram Marcela acertar, por exemplo, questões sobre o vazamento de petróleo que ocorreu no Golfo do México em 2010, que caiu em várias provas. "Valeu a pena prestar atenção."

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Professora tem olho ferido por apontador no interior de SP

FÁBIO AMATO

DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Uma professora de 50 anos teve o olho ferido por um apontador atirado por um aluno do primeiro ano do ensino médio em uma escola estadual de São José do Rio Preto (440 km a noroeste de São Paulo).

O caso aconteceu na segunda-feira (14) na Escola Estadual Dr. Oscar Barros Serra Doria, que fica no bairro Solo Sagrado, periferia da cidade.

O aluno foi identificado. O conselho escolar do colégio, em reunião com os pais do rapaz nesta quinta-feira, decidiu puní-lo com um dia de suspensão.

De acordo com a polícia, a professora Rosemeiri Aparecida Silveira Souza estava substituindo uma colega na aula de geografia. Quando o sinal tocou anunciando o fim da aula, os alunos se levantaram para sair da sala e ela se colocou na frente da porta para impedí-los.

Rosemeiri estava atendendo a orientação da direção da escola, que prevê que os alunos devem permanecer na sala até a chegada do próximo professor.

No momento em que impediu a saída dos adolescentes, um apontador foi atirado e atingiu o olho direito da professora. Ela passou por atendimento médico que constatou uma lesão.

Fonte: Folha de SP

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011